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A quarta onda do feminismo

Updated: Mar 22, 2019

Ser mulher hoje em dia é um ato político! Mas você sabe por tudo que já lutamos, e pelo que ainda lutamos?


Por Beatriz Zendersky


Segundo alguns pesquisadores e estudiosos, podemos dizer que o feminismo se divide em “ondas”, onde cada uma existiu em um momento histórico diferente, com demandas diferentes. Por isso podemos dizer que já vivemos três ondas feministas, de acordo com as reivindicações e os movimentos femininos de cada período, e que atualmente estamos vivendo a quarta onda do feminismo.


Mas o que é essa quarta onda, miga? Bom, first things first! Para entender a quarta fase, precisamos entender as primeiras, certo? Então, resumindo:


Primeira onda: essa é considerada a do voto, entre o século XIX e XX. As primeiras reivindicações feministas eram pela igualdade de gênero, e pediam o direito ao voto, participação na política e na vida pública, que não éramos incluídas.


Segunda onda: Já a segunda onda consideramos entre os anos 50 e 90, mais ativamente entre os anos 60 e 70 (queimem os sutiãs!). O chamado feminismo radical, quando lutamos pelos direitos reprodutivos e pelas discussões sobre a sexualidade. As principais pautas eram a opressão com base no sexo, a exploração da mulher pelo casamento e maternidade, sem deixar de fora as críticas às jornadas duplas, e até triplas, de trabalho, diferença de salários entre homens e mulheres, e divisão sexual do mercado de trabalho e sistema educacional.


Terceira onda: A terceira onda se iniciou nos anos 90, com o surgimento dos movimentos punk feministas. A pauta era a liberdade de escolha de cada mulher. Enquanto a segunda onda deu ênfase para as mulheres brancas de classe média, a terceira onda incluía as mulheres de diferentes classes, raças e culturas. E tudo isso sem deixar a feminilidade e os estereótipos femininos de lado, como foi na onda anterior! Lutando como uma garota, de batom, sutiã e salto alto! (P*ssy is power, babe)


Enfim, chegamos à quarta onda do feminismo. A quarta onda tem a característica do uso das redes sociais para conscientizar e propagar os ideais feministas, e as principais pautas são o abuso sexual e a violência contra a mulher, a cultura do estupro, a representação da mulher na mídia, os abusos nas universidades e no ambiente de trabalho, e a postura diante de denúncias.


É importante pontuar que no começo de todas essas ondas feministas que conhecemos as pautas foram levantadas por mulheres brancas. As pautas do feminismo negro são diferentes, já que precisam abordar muuito mais coisa!


A questão é que independente das principais reivindicações e da forma que lutamos ao longo das décadas, a nossa principal ideologia é a mesma desde a primeira: a luta pela liberdade, respeito e igualdade de gênero!


Ah, feminismo é mimimi...


Sério?

Mana, no Brasil, EM PLENO SÉC. XXI, mulheres ganham em média, 20% a menos do que os ~homens~, em cargos iguais, e com os mesmos estudos. Apesar de sermos mais da metade da população mundial, apenas 20% de nós ocupa cargos de liderança, e temos uma minoria em cargos políticos.


Além de que o Brasil foi considerado o quinto país com mais mortes violentas contra a mulher. Só no ano passado, foram registrados 4.254 casos de homicídio de mulheres, sendo que 1.173 foram feminicídios.


Ainda no último ano, 1.6 milhão de mulheres foram espancadas no país e 22 milhões foram assediadas sexualmente de alguma forma. Nos casos de violência, 42% foi no ambiente doméstico. Mais da metade das mulheres, 52%, não denunciaram o agressor ou procuraram ajuda após sofre uma violência.


Podemos escrever um texto ~gigantesco~ com todos esses dados, mas é tanta coisa, que é mais fácil você dar um google aí!


Então, se você, mulherão da poh@, tem direito ao voto (inclusive o direito de votar em candidato misógino), pode trabalhar e casar com quem quiser, e se quiser, além de poder exercer profissões consideradas “masculinas”, entre outras coisas, você já agradeceu às feministas que lutaram pelos direitos que VOCÊ tem hoje?


É isso! Nossos direitos nunca foram dados, mas conquistados! #LuteComoUmaGarota

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